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sábado, 6 de abril de 2013

Sorria...


     Sabe aqueles dias em que você não quer ouvir, falar , muito menos fazer alguma coisa? Aqueles dias em que você acorda e a última coisa que você quer é levantar da cama encarar os problemas que te esperam? Dias em que o tempo não passa e até meteorologia parece estar contra você? Então, era um desses dias.
     Levantei cedo e segui minha rotina de sempre: arrumar o quarto, tomar café, me trocar, ir para o colégio, voltar do colégio, almoçar, checar meus e-mails.
     Abri a página da internet, loguei minha conta e comecei a lê-los. Li todos os e-mails, que como sempre, eram apenas promoções de sites, que eu nunca iria comprar, e alguns spans. Eu estava pronta para fechar tudo e ir ler um livro que já estava atrasado, quando vi um último e-mail. Cliquei nele e li o recado da Secretaria da Universidade em que estagiara que pedia para eu comparecer ao campus naquela tarde para assinar um determinado recibo de pagamento.
     Desliguei o computador, troquei a roupa, peguei minha bolsa e saí.
     Cheguei lá, saí do carro e, antes de pisar numa poça d'água, senti a umidade no ar. Eu odiava aquele tempo. Odiava a chuva, odiava o frio, odiava meus problemas e odiava a todos por não enxergar que não era justo eu ter de carregá-los, sozinha,  sobre os ombros.
     Empurrei todos esses pensamentos para o fundo da minha mente e comecei a caminhar, evitando as gotículas que insistiam em me seguir.
     Entrei na sala da secretaria, aguardei a minha vez. Fui atendida por um senhor de uns 40 anos, muito bonito para a idade e absolutamente simpático. 
     Disse para o homem o que queria e enquanto aguardava uma moça pegar o recibo, fiquei ali, de cabeça baixa, como sempre, em frente ao homem que me atendera.
     O silêncio na sala era palpável, mas eu não me importei. De visão periférica vi que o homem me encarava, mas também não me importei, até que ele pigarreou. Levantei a cabeça, esperando ele dizer alguma coisa e quando isso não aconteceu, tornei a abaixá-la.
     - Pigarreei para chamar sua atenção, afinal está muito séria. Você é muito bonita, mas eu queria saber como você ficaria com um sorriso no rosto. - disse ele.
     Olhei para o homem, e quando percebi, estava sorrindo.
     - É, eu tinha razão: você tem um sorriso lindo! Sabe, você é muito séria, deveria sorrir mais.  - continuou ele.
     A moça que me mandara o e-mail apareceu na pequena sala com os recibos, colocou-os em minha frente e me entregou uma caneta. Assinei os recibos rapidamente e então ela saiu da sala, dizendo que aquilo era tudo. Olhei para o homem que continuava ali, com uma pilha de papéis em sua frente, e ele sorria para mim. Sorri de volta e o agradeci. O agradeci e saí da sala, pensando no que aquele simpático estranho me dissera. E, ele realmente tinha razão. 
     É preciso errar mais, cair mais; viver mais a vida, fazer suas próprias escolhas e aprender com elas. 
     É preciso se preocupar menos, se entristecer menos e se censurar menos.
     Amar mais, sentir mais e ser mais feliz, mas acima de tudo... é preciso Sorrir mais!

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