Subitamente, lhe ocorreu um pensamento. Mil coisas lhe vieram à
mente, correndo de um lado para o outro, competindo entre si para saber qual
seria transcrita primeiro.
Sem demora, pegou um papel e uma caneta preta com detalhes prateados,
a sua preferida, a que usava sempre que possível. Colocou a ponta da
caneta no papel e... Os pensamentos escaparam, a imaginação sumiu,
a memória falhou na busca por qualquer vestígio do turbilhão que,
segundos atrás, havia tomado conta de si.
Frustrada, ela repousou a cabeça na mesa. Fechou os olhos, após
soltar um longo suspiro. “Só quero escrever algo legal, algo que
agrade”, pensou, furiosa consigo mesma, se achando inútil. Quando
lágrimas de raiva já se formavam em seus olhos, ela repreendeu esse
pensamento de autopiedade e se endireitou na cadeira. “Se vou
fazer, farei direito”.
Pegou novamente a caneta e começou a escrever nervosamente, com uma
rapidez incrível. Assim que escreveu o primeiro parágrafo, os
outros foram simplesmente surgindo, se formando em sua mente,
tornando, este, um belo texto. “Terminei”, seu pensamento de
vitória foi seguido por um sorriso satisfeito com o que via.
Tirou forças de onde nem sabia que tinha e fez o que bem entendeu. O
resultado foi cheio de palavras e ideias incríveis. E por quê?
Simplesmente porque ela estava fazendo o que ama: escrever. Para ela,
as palavras são mágicas, transformadoras, principalmente se
passadas num papel. Seu hobbie é esse, assim como sua paixão. Para
onde vai, leva consigo seu caderninho e sua caneta especial, que lhe
dá a alegria de transmitir o que sente.
Não importa o tema, ela escreve. Às vezes, tem um pouco de
dificuldade. Outras, tem um pouco mais. E assim por diante. Mas não
se deixa abalar. Faz o que gosta, o que ela acha melhor. Se os outros
gostarem, é lucro. Se não gostarem, bom, paciência. Se todos
tivessem o mesmo pensamento, não seríamos humanos, mas sim
alienígenas seguindo um mesmo caminho, tomando o mesmo rumo.