Páginas

quarta-feira, 6 de março de 2013

Paixão


 Subitamente, lhe ocorreu um pensamento. Mil coisas lhe vieram à mente, correndo de um lado para o outro, competindo entre si para saber qual seria transcrita primeiro.
Sem demora, pegou um papel e uma caneta preta com detalhes prateados, a sua preferida, a que usava sempre que possível. Colocou a ponta da caneta no papel e... Os pensamentos escaparam, a imaginação sumiu, a memória falhou na busca por qualquer vestígio do turbilhão que, segundos atrás, havia tomado conta de si.
Frustrada, ela repousou a cabeça na mesa. Fechou os olhos, após soltar um longo suspiro. “Só quero escrever algo legal, algo que agrade”, pensou, furiosa consigo mesma, se achando inútil. Quando lágrimas de raiva já se formavam em seus olhos, ela repreendeu esse pensamento de autopiedade e se endireitou na cadeira. “Se vou fazer, farei direito”.
Pegou novamente a caneta e começou a escrever nervosamente, com uma rapidez incrível. Assim que escreveu o primeiro parágrafo, os outros foram simplesmente surgindo, se formando em sua mente, tornando, este, um belo texto. “Terminei”, seu pensamento de vitória foi seguido por um sorriso satisfeito com o que via.
Tirou forças de onde nem sabia que tinha e fez o que bem entendeu. O resultado foi cheio de palavras e ideias incríveis. E por quê? Simplesmente porque ela estava fazendo o que ama: escrever. Para ela, as palavras são mágicas, transformadoras, principalmente se passadas num papel. Seu hobbie é esse, assim como sua paixão. Para onde vai, leva consigo seu caderninho e sua caneta especial, que lhe dá a alegria de transmitir o que sente.
Não importa o tema, ela escreve. Às vezes, tem um pouco de dificuldade. Outras, tem um pouco mais. E assim por diante. Mas não se deixa abalar. Faz o que gosta, o que ela acha melhor. Se os outros gostarem, é lucro. Se não gostarem, bom, paciência. Se todos tivessem o mesmo pensamento, não seríamos humanos, mas sim alienígenas seguindo um mesmo caminho, tomando o mesmo rumo.