Páginas

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Infância


     Lembro de quando eu tinha apenas 7 anos.
     Nada de computador, celular, garotos, ilusões ou dores no coração.
     Nada de beijos, ficadas, lances ou namoros. Nada de malícia, nada de duplo sentido.
     Bom, tinham garotos, sim: nos filmes da Sessão da Tarde. E eu sempre torcendo pra mocinha ficar com o mocinho.
     Eu acordava cedo e ia pra sala. Deitava no sofá pra assistir desenhos, tais como Três Espiãs Demais, Bob Esponja, Pokemon, Digimon, Dragon Ball Z...
     Brincava de pique, balança-caixão, esconde-esconde, bola queimada e, principalmente, de barbie.
     Prometia a mim mesma que ia ficar acordada até meia noite, e sempre dormia antes das dez.
     Me escondia atrás até de uma cadeira pra assustar meus pais e cantava as músicas da Xuxa.
     Adorava as Chiquititas e qualquer outro programa parecido.
     Era baixinha e gordinha, não usava salta, short curto e nem maquiagem, e ainda assim me achava a garota mais linda.
     E, sabe, mesmo tendo se passado quase 9 anos, às vezes ainda me sinto como a garotinha de 7 anos.
     Coloco som alto e danço no corredor. Faço caretas na frente do espelho. Provoco meu irmão caçula e saio correndo. E, o mais importante: se me machuco, evito sofrer ou me lamentar. Afinal, os machucados sempre cicatrizam.


@GaabiBarrocal

Nenhum comentário:

Postar um comentário